segunda-feira, 18 de junho de 2012



         PAULO
                                                   SUELY BRAGA
      Inverno rigoroso. O vento uiva, os cataventos giram em uma corrida alucinada .A chuva cai miúda.
     Paulo levanta-se, abre a veneziana e olha na vidraça.As dobras da manhã aparecem num ceu escuro.Lá fora está um frio infernal.Lembra-se que é feriado.Não precisa ir para o trabalho.Volta para cama, liga a televisão e aconchega-se em baixo do edredom.Escuta as notícias:temporal,vento de cento e cinqüenta quilômetros por hora,queda de granizo em vários municípios.
    De repente, a manhã fica noite, Os trovões ribombam e os relâmpagos são coriscos no ceu..As ruas alagam.Há pouca gente lá fora àquela hora,mas os automóveis param nas águas acumuladas, que parecem lagoas.
     Paulo lembra-se do pai no interior do município, que está preparando a terra para plantar. Nestes dias fica parado, sem nada poder fazer.
    Paulo pensa: “agora vou tirar uns dias de férias e vou passá-los na casa de meu pai .La não sentirei frio, me aquecerei no fogo a lenha,comerei aquela passoquinha

de carne gostosa  e sentirei o cheiro do café fresquinho pela manhã.Nos dias ensolarados cavalgarei no Alazão pelo campo.”
     Sente a fome fazendo um buraco no estômago. Olha no relógio.Mais de meio dia.Levanta-se e vai para a cozinha preparar o chimarrão.

                                 OSÓRIO, 31/08/2011.

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