ESCOLA NÃO É QUARTEL, POBREZA NÃO É
FATALIDADE NEM DOENÇA
SUELY BRAGA
A adesão à disciplina militar não é voluntária,
sendo imposta pelo medo e pela submissão a uma autoridade arbitrária.
A pobreza no Brasil é produzida pela enorme concentração de renda, pelos
privilégios de uma classe dominante e pela negação histórica sistemática de
construir um Estado de Direito.
A educação brasileira faz parte deste panorama.
No Brasil a luta pelo direito à educação pública universal e de
qualidade ainda não foi vencida.
Os problemas da pobreza interferem na escola pública, não pela
dificuldade de aprendizagem dos mais pobres, mas pela falta de direitos, falta,
falta de empregos, falta de políticas públicas. As dificuldades familiares, o
aumento da criminalidade, todos estes males interferem na educação.
No país as dificuldades passam ainda pela desvalorização dos professores
o que tende a piorar. Na verdade, trata-se de uma desgraça anunciada, vamos aumentar
a pobreza e a miséria, para impedir que a escola pública brasileira melhore sua
qualidade.
Vende-se a ideia de que a escola pública está
com problemas, porque não há disciplina
e pela violência interna e externa
Nada se diz da falta de infraestrutura, das péssimas condições de
trabalho e das salas superlotadas.
Então coloca-se como solução, através de convênios com a Polícia Militar
a militarização das escolas. Um dos motivos como esta saída é enganosa é porque
ela está sendo imposta pelo medo, pela submissão a uma autoridade autoritária.
O convênio que a Polícia Militar está fazendo, tem um objetivo claro de
fortalecer a política de repressão, como método de formação,
porque os policiais militares
nada entendem
de educação. Ele transfere as verbas da
Educação para a Polícia Militar ao invés de aumentar as verbas próprias
para a educação.
O órgão do Estado está sendo dirigido pelo Twitter e por um falso guru.
A Constituição de 1988 não permite estas mudanças, mas infelizmente a
nossa Constituição está amortalhada e há muito tempo não é cumprida.
Osório, 27/04/
2019.
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